Se você, como eu, se lembra da sensação de assistir O Diabo Veste Prada em 2006 e pensar “uau, a moda ali tinha voz própria”, prepare-se, porque a sequência O Diabo Veste Prada 2 já está provocando aquele friozinho gostoso de expectativa.
A moda no cinema sempre foi espelho das grandes passarelas, dos bastidores e dos sonhos que as roupas carregam. E agora, quase vinte anos depois, esse filme volta para nos lembrar que o figurino também fala, também comunica (e muito).
Neste post, convido você a mergulhar comigo em como as escolhas de estilo, os figurinos vistos nos bastidores e as referências visuais do filme reverberam hoje, e podem inspirar tanto o seu estilo pessoal quanto o seu trabalho criativo.
Lembramos do filme de 2006 como um marco da moda no cinema, Meryl Streep como Miranda Priestly dominando a sala de reuniões, a icônica fala sobre o “cerulean-blue” como símbolo de milhões de dólares e milhares de empregos, e Anne Hathaway passando por uma transformação visual que virou símbolo de ascensão na moda. Esse conjunto de figurinos, direção de arte e narrativa foi além das roupas: virou cultura.
Esses elementos reverberam hoje porque mostram que a moda no cinema pode ser tão importante quanto a moda na vida real e que as roupas são personagens.
Aqui estão alguns dos pontos mais interessantes que já se revelam:
O filme retorna com os personagens originais - Meryl Streep, Anne Hathaway, Emily Blunt e Stanley Tucci, o que traz uma continuidade estética forte.
As primeiras imagens de bastidores mostram roupas alinhadas com uma estética contemporânea: trench-coats elegantes, alfaiataria reformulada, mistura de casual e formal, e acessórios com presença marcada.
Outro detalhe: o enredo parece abordar a transição da mídia impressa para o digital, refle tida no figurino, tecidos que funcionam tanto no grande evento quanto no mundo de “interna” do streaming.
E, claro, os acessórios, saltos, bolsas statement, calçados que chamam atenção. Por exemplo, há discussão sobre a volta de saltos Rockstud ou estilos “revival” dos anos 2010.
Assista ao vídeo para ver de perto alguns dos looks, movimentações e bastidores de O Diabo Veste Prada 2. As cenas ajudam a entender como a estética do filme está sendo construída e como esses elementos influenciam a moda atual.
Como marca ou mesmo como quem ama moda, o que aprender com essa “moda de filme”?
A estética de O Diabo Veste Prada 2 vai muito além de roupas bonitas ou figurinos milimetricamente produzidos para a câmera. Ela traduz comportamentos, reforça narrativas e reflete o momento atual da moda. A seguir, alguns pontos essenciais que podemos observar e aplicar tanto no nosso estilo pessoal quanto no processo criativo de coleções:
Alfaiataria reinventada
A alfaiataria ganha uma nova intenção: menos rígida, mais autoral.
Blazers amplos, cortes assimétricos, sobreposições e volumes pontuais mostram que a elegância contemporânea não está mais na forma perfeita , mas na liberdade de construir um visual que se movimenta junto com a personagem (e com a pessoa que veste).
É alfaiataria com alma, com gesto, com assinatura.
Mistura profissional + urbano
O filme abraça a vida híbrida que vivemos hoje.
Looks de escritório encontram elementos casuais, resultando em composições que transitam entre o formal e o despojado sem perder sofisticação.
É a moda que entende a agenda moderna: múltipla, flexível, real.
Peças-ícone revisitadas
Toda história visual precisa de um símbolo e o cinema sabe fazer isso muito bem.
Os bastidores já mostram o retorno de peças “cult”: maxi-jeans, bolsas estruturadas, sandálias statement e acessórios que acendem a memória afetiva do público.
É o revival consciente, que honra o passado enquanto cria novas versões para o presente.
Acessórios que contam história
Em O Diabo Veste Prada, os acessórios nunca foram apenas complementos e na sequência isso se intensifica.
Eles funcionam como extensão da personalidade, marcando presença com força narrativa.
Óculos marcantes, bolsas que direcionam o olhar, sapatos que dizem mais do que parecem…
Cada detalhe reforça quem o personagem é exatamente assim que marcas constroem identidade.
Moda que reflete contexto
Os figurinos deixam claro: moda não é só estética, é discurso.
Os looks traduzem o impacto do digital, a velocidade da informação, o contraste entre o luxo editorial e o consumo contemporâneo.
As roupas são projetadas para contar algo, e não apenas decorar uma cena.
E é aqui que chegamos ao real sentido - Quando o design vira cena
Porque, no fim, é isso que este filme e a moda dele nos ensina. Quando o figurino deixa de ser apenas roupa e se transforma em linguagem visual, quando cada tecido, corte ou cor passa a revelar personalidade, intenção e contexto, quando a peça veste não só o corpo, mas o enredo…
O design deixa de ser objeto e se torna narrativa.
E é exatamente isso que inspira criadores, marcas e quem simplesmente ama moda: a compreensão de que toda peça tem um papel na história, seja no cinema, na passarela, na loja ou no guarda-roupa!